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Centro Histórico deve ter uso misto para não ficar abandonado, diz Guto Índio da Costa

João Pessoa, assim como algumas capitais do Brasil e do mundo, enfrenta o desafio de manter vivo o Centro Histórico. Antes, se a área juntava comércio, serviços e moradia na mesma área, hoje em dia enfrenta o esvaziamento em virtude da expansão da cidade para a orla.

A ocupação dos centros históricos misturando moradia e comércio é uma das soluções propostas pelo arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Índio da Costa e o designer industrial Guto Índio da Costa, ambos reconhecidos internacionalmente nas áreas de Arquitetura, Urbanismo, Design e Transporte.

Eles citaram o exemplo do Rio de Janeiro, que vem se esforçando para reocupar a área histórica da cidade.

“As cidades não podem ser setorizadas. É uma visão equivocada dos anos 1950, que se criou essa ideia de que deve existir um local para morar, outro para trabalhar, um local para se divertir, gerando uma porção de problemas de transporte. As cidades tradicionais sempre conviveram com comércio, residências, lazer, tudo junto, e essa é a forma da cidade estar viva”, disse Luiz.

“No Rio de Janeiro, era proibido construir residências no Centro, que era visto como espaço unicamente comercial, e isso se mostrou a longo prazo um erro. Hoje em dia, uma das estratégias de fazer reviver os centros é transformá-los em áreas de uso misto, para a cidade não ficar esvaziada, sem ocupação durante a noite, por exemplo”, explicou Guto.

Luiz Eduardo e Guto Índio da Costa comandam o escritório Indio da Costa A.U.D.T, um premiado escritório carioca que, há mais de 50 anos,  integra projetos de arquitetura, urbanismo, design e transportes. Entre eles, o da nova orla de Charitas, em Niterói, o do veículo leve sobre trilhos do Rio de Janeiro e o projeto de urbanização da Praia Central da orla de Balneário Camboriú – que foi detalhado aos participantes na ocasião.

“As transformações urbanas, se não envolvem bem a sociedade, elas acabam tendo disputas e embargos. É importante envolver a sociedade na co-criação dos projetos. Todo mundo gosta de contribuir e ser ouvido. O que aconteceu em Balneário Camburiú foi exatamente isso, e é uma experiência que pode ser replicada”, disse Guto.

Eles participaram de um evento para discutir o planejamento urbano focado nas pessoas, promovido pelo Instituto RankingPB, nessa quinta-feira (19), em João Pessoa.

O diretor do Sistema Correio de Comunicação, Roberto Cavalcanti, pontuou a importância de ouvir a voz da comunidade e envolver os cidadãos no processo de planejamento urbano. Isso cria um ambiente de tomada de decisão mais democrático e garante que os interesses públicos sejam considerados e respeitados.

“Vejo o Instituto RankingPB com muita alegria. Vejo uma abertura das cabeças! Em uma palestra como essa, de Luiz e Guto Índio da Costa, você viaja pelo universo! É louvável e realmente muda a cabeça. E todos serão recompensados por essa transformação”, afirmou.

Tecnologia ajuda no planejamento urbano

A tecnologia pode contribuir diretamente para o planejamento urbano, explica Guto Índio da Costa. Ele explica que a tecnologia 5G pode ajudar a tornar as cidades mais conectadas.

“A gente é capaz de monitorar uma cidade através da luminária do poste de iluminação, do bicicletário, do abrigo de ônibus. O abrigo pode estar conectado com o ônibus, informar que ônibus está chegando, que momento está chegando, informar isso nos celulares dos usuários. A tecnologia está se integrando a tudo e as cidades com 5G, que podem transmitir os dados com muita rapidez, todos os objetos estão ficando ‘inteligentes’. E uma cidade bem planejada depende de dados, de conhecer o dia a dia da cidade muito bem. Esse monitoramento ajuda na qualificação do planejamento urbano”, explicou Guto.

Veja a entrevista completa de Luiz Eduardo e Guto Índio da Costa ao programa Correio Debate (TV Correio)

FONTE: portalcorreio.com.br

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