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Salão do Móvel de Milão 2022: Fique por dentro dos destaques do evento

O universo da arquitetura e do design direcionou sua atenção à cidade italiana de Milão, onde acontecia o Salone del Mobile 2022, também conhecido como Feira de Milão. As últimas tendências no segmento são ditadas por esse evento, que ocorre quase anualmente há seis décadas.

A Semana de Design de Milão 2022, realizada entre os dias 6 e 12 de junho, foi marcada por um clima de celebração e reencontro, afinal, passaram-se dois anos sem que o evento pudesse acontecer de sua forma tradicional ou contar com visitantes de todas as partes do mundo.

Apenas no Salone del Mobile. Milano, evento âncora da MDW (Milan Design Week, na sigla em inglês), foram mais de 262 mil visitantes de 173 países e 2.175 marcas expositoras, sendo 27% delas estrangeiras – entre as quais estão brasileiras.

Os brasileiros também marcaram presença no Salone Satellite, mostra que é uma vitrine de novos talentos do design e apresentou 600 jovens profissionais, premiando projetos da Nigéria, Sérvia e Bélgica.

E a Semana de Design foi marcada pelo “re”, de reconectar, reeditar, relançar, repensar. O tempo todo os visitantes foram apresentados a peças de mobiliário e decoração e a instalações que exaltavam designs já conhecidos, apresentados com novas cores ou extensões de linha, e evocavam a questão da sustentabilidade, tema que precisa ser enfrentada pelo mercado de design.

O Salão do Móvel dedicou também a uma área considerável do pavilhão 15 à instalação “Design com Natureza” (na tradução do inglês), assinada em conjunto com o arquiteto Mario Cucinella. Partindo dos conceitos da economia circular e da reutilização, ela discutia como as cidades são as possíveis maiores reservas de matérias-primas do futuro, a partir da exposição de novos materiais, sem deixar de alertar para o impacto das nossas escolhas de consumo para o meio ambiente.

Tendências

Assim como outras características que apareceram em muitos dos estandes e produtos expostos, e que serão apresentadas a seguir, a Semana reforça atributos que já vem sendo trabalhados há algumas edições anteriores do evento – quem sabe até como uma provocação sobre se existe mesmo a necessidade do inédito em espaços tão curtos de tempo, neste caso, um ano a cada nova edição.

E nesta edição do evento as cores apareceram vibrantes, em tons de rosa, azul, amarelo, verde e magenta, predominantemente, tanto em estofados como revestindo toda a cozinha, o que coloriu os pavilhões da EuroCucina.

Em outros lançamentos, elas ganharam ainda mais destaque ao receberem acabamentos metálicos. O que contribuiu para potencializar o apelo estético ao trazer um toque sofisticado às peças.

Natureza

As referências à natureza também estiveram presentes. Na exposição da Moooi, uma das mais procuradas durante toda a semana, o designer Marcel Wanders explorou da fauna à flora em papéis de parede com toque aveludado que estampavam tigres, cobras e outras espécies e em móveis que pareciam flores desabrochadas, caso da poltrona Hortênsia, dos argentinos Andrés Reisinger e Júlia Esqué.

As pedras também não perderam a majestade, e aparecem reproduzidas em acabamentos industrializados, como porcelanatos, e em sua versão natural. Neste último, um dos destaques é a mesa Kintsugi, assinada por Pedro Franco, da A Lot of Brasil, única marca brasileira a expor no pavilhão 20, um dos mais importantes da Rho Fiera. Quebrado à mão, o mármore do tampo deixa aparente as rachaduras da pedra e a fenda em aberto, exaltando a beleza da imperfeição e fazendo referência à técnica de restauro japonesa de mesmo nome que utiliza fios de ouro para recuperar peças quebradas.

É bancada ou cozinha?

Pode ser ambos, e talvez vários outros. O apelo multifuncional das peças também não é novidade, mas ganhou toques criativos nas mãos dos designers e arquitetos que estão entre as estrelas do setor.

O arquiteto Stefano Boeri, por exemplo, trouxe as duas funções à sua cozinha Oasi, para Aran Cucine. Em formato de ilha, o móvel esconde a pia, o fogão de indução, geladeira, máquina de lavar-louça e áreas de armazenamento, transformando-se um uma extensa bancada. Não bastasse isso, ela ainda utiliza madeira natural reaproveitada dos postes de Veneza (que são trocados a cada duas décadas) como revestimento e traz uma árvore no centro da ilha, fazendo a natureza invadir a cozinha.

Na Campeggi Design, a mesa vira banco ou o banco vira mesa apenas por um girar de chapa da Kai, por Sakura Adachi. Aparece novamente também a cor, vibrante como a do banco a do banco-balanço Smarte, por Denis Santachiara. Um convite ao brincar, ao lúdico, à leveza e à liberdade. Liberdade para fazer da tecnologia (em materiais e ferramentas digitais) e do design aliados para se decorar e, principalmente, se viver a casa da maneira que faz mais sentido aos seus moradores, em quesitos funcionais e estéticos.

Relembrando

Em 2018 o Brasil foi representado na Feira com a exposição Pantosh Gigante, feita em parceria com o Senac – RJ e Schuster, e assinada pelo ateliê brasileiro LATTOOG, do arquiteto Leonardo Lattavo e designer Pedro Moog.

A cadeira foi exposta na Praça Duomo, em Milão, para celebrar os 10 anos de criação da peça e os 10 anos de participação de seus criadores no Salão do Móvel de Milão.

2023

E a próxima edição já está marcada e vai acontecer em menos de um ano, talvez para reduzir a saudade que o mundo do design sentiu da Semana de Milão. Entre 18 e 23 de abril do próximo ano, a Rho Fiera irá se abrir novamente ao Salone del Mobile e, nós, ao universo de inspirações que ele traz para tornar nossas casas melhores e mais felizes.

Fonte: www.gazetadopovo.com.br

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